A fotografia em si não é uma invenção, mas sim a união de várias descobertas e invenções. A primeira delas foi a câmara escura, em que a sua descoberta é atribuída ao filósofo Aristóteles (384-332 a.C.). Ela permitia visualizar eclipses solares sem prejudicar os olhos, através de um pequeno furo na câmara.
O furo permitia a passagem de luz e a formação de imagens dentro dela, sendo que a nitidez da imagem formada dependia do tamanho do furo: quanto menor o furo, mais nítida era a imagem. O efeito colateral era o escurecimento da imagem formada, pois um furo menor permite passar menos luz.
Novas idéias foram sendo adicionadas à câmara escura, como as lentes (para permitir que furos grandes pudessem produzir fotos nítidas) e o diafragma (para variar o tamanho do furo usado juntamente com as lentes). O aperfeiçoamento das câmaras escuras permitia que qualquer imagem fosse refletida perfeitamente num papel, e essa idéia foi muito usada por artistas, mas para fixar as imagens no papel, foi necessária a ajuda da química.
Sim, nós temos fotos!
Principalmente por acidente, químicos foram descobrindo como alguns compostos de prata reagem à luz, mas foi Thomas Wedgwood o primeiro a usar o nitrato de prata juntamente com a câmara escura para fixar imagens em couro.
A primeira foto de fato foi feita por Joseph Nicéphore Niépce, usando uma placa de estanho com betume branco e a deixando por oito horas numa câmara escura voltada para o quintal de sua casa. O processo foi chamado de 'heliografia', pois usava a luz solar.
Outro químico, Louis Jacques Mandé Daguerre, aperfeiçoou a heliografia, substituindo compostos químicos e descobrindo que o tempo de revelação diminuiria para minutos usando-se vapor de mercúrio e tiossulfato de sódio. Willian Henry Fox-Talbot, cientista inglês, usou o processo de Daguerre para aperfeiçoar suas próprias experiências com a câmara escura - criando os termos 'fotografia', 'negativo' e 'positivo'.
As descobertas de Frederick Scott Archer foram fundamentais para a popularização da fotografia, pois nenhuma delas foi patenteada. Ele basicamente criou o processo de revelação de fotos e o antecessor do filme fotográfico, permitindo imagens muito mais nítidas do que as feitas até então.
As máquinas fotográficas
Toda a química envolvida na vida de um fotógrafo começou a ser simplificada com a criação de placas secas com uma espécie de gelatina que já traziam os compostos químicos necessários para uma fotografia. Com a criação do celulóide, por Alexander Parkes em 1861, os últimos problemas visíveis nas placas secas (fragilidade e peso) foram resolvidos.
George Eastman, fundador da empresa Eastman Kodak Company, usou a idéia para criar um filme de nitrato de celulose (o celulóide usado na época) que era colocado em uma máquina fotográfica.
A cada foto, o filme era enrolado num carretel, e no final do processo, o filme era enviado para a fábrica, onde era revelado. O funcionamento do equipamento (Kodak n.1, lançado em 1888) é a descrição exata de como funciona uma câmera fotográfica tradicional. E o slogan "Você aperta o botão e nós fazemos o resto" mostra que a fotografia podia agora ser feita por qualquer pessoa, sem conhecimentos de química.
Os primórdios da fotografia digital
O conceito de fotografia digital apareceu juntamente com a guerra fria e a corrida espacial. Afinal de contas, como fotos do espaço e do país rival poderiam ser tiradas a milhares de quilômetros de altura se o filme não pudesse ser trazido à Terra para ser revelado?
A primeira tentativa de se criar uma câmera digital foi apenas em 1975, por Steven Sasson, da Kodak. Usando o novíssimo chip CDD de detecção de imagens, desenvolvido pela Fairchild Semiconductor em 1973, o protótipo pesava mais de 3 quilos, gravava imagens em preto e branco, tinha uma resolução de 0.01 megapixels (10 mil pixels) e precisava de 23 segundos para capturar uma imagem. Obviamente, o dispositivo era apenas um protótipo.
A primeira câmera eletrônica portátil (como os aparelhos de hoje) surgiu em 1981. A Sony Mavica não pode ser considerada uma ‘câmera digital’, pois não captava imagens estáticas, mas gravava vídeos (como filmadoras) e salvava apenas alguns frames (que, de fato, são fotos). A qualidade de imagem pode ser considerada igual à das televisões da época.
A comercialização das câmeras digitais começou apenas em 1986, com a Canon RC-701. O preço absurdo da época (cerca de US$ 20 mil) e a baixa qualidade das imagens geradas, em comparação com câmeras tradicionais, restringiram o público alvo dos produtos.
Achei muito legal pois a câmera vem de muito mais muitos anos atras.
ResponderExcluiré e so de pensar que hoje exitem maquinas muito evoluidas e que elas sao preferidas e mais usadas...e as antigas so servem de reliquia da dó.
ResponderExcluirPois é. Mas ainda não sabemos se as fotografias digitais sobreviverão ao tempo como as que foram ampliadas artesanalmente. Nosso filhos e netos saberão. As primeiras fotografias digitais não possuem boa qualidade. Podemos ver como as câmeras evoluíram rapidamente, como se os fabricantes corressem atrás de qualidade fotográfica.
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