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sexta-feira, 15 de abril de 2011

"Lixo Extraordinário" enfoca trabalho de Vik Muniz em aterro sanitário

Tião numa simulação do quadro A Morte de Marat: personagem de obra de arte em Lixo Extraordinário

Tião numa simulação do quadro A Morte de Marat: personagem de obra de arte em Lixo Extraordinário

Espera-se que, ao assistir ao emocionante Lixo Extraordinário, os espectadores tenham reação semelhante à da plateia do Festival de Paulínia, quando o filme foi exibido pela primeira vez, em julho de 2010. Ovacionado por alguns minutos, foi escolhido pelo público o melhor documentário da competição. A ótima recepção não foi à toa. Dirigida a seis mãos e em etapas distintas pela inglesa Lucy Walker e pelos brasileiros João Jardim (Janela da Alma) e Karen Harley, essa coprodução tem ingredientes para comover um grande número de espectadores.


 No aterro sanitário: a tarefa do artista era em usar nas obras o que era descartado pelos catadores

No aterro sanitário: tarefa do artista era usar nas obras o que era descartado pelos catadores

Lucy Walker iniciou o projeto de mostrar o trabalho de Vik Muniz, o bem-sucedido artista plástico paulistano radicado nos Estados Unidos. Ao longo de dois anos (daí o revezamento dos cineastas), Muniz e sua equipe miraram o foco nas desumanas jornadas dos catadores de material reciclável do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Trata-se do maior aterro sanitário da América Latina, responsável por receber cerca de 70% dos dejetos da capital fluminense. A tarefa do artista consistia em usar em suas espetaculares obras o que era descartado pelos catadores, contando com o auxílio de alguns trabalhadores do lixão. Do convívio nasceu a proximidade, sobretudo com o líder sindical Sebastião Carlos dos Santos, mais conhecido por Tião e retratado em pose igual à do quadro A Morte de Marat (1793), do francês Jacques-Louis David.

Devido aos rumos imprevistos das filmagens, "Lixo Extraordinário" pode parecer sem norte. A fita, contudo, funciona bem ao revelar o passo a passo do curioso processo de criação de Vik Muniz, além de ser um caloroso registro de desvalidos em busca de oportunidades na vida. Há, sim, um certo pendor ao paternalismo, mas nada que estremeça a análise da transformação do descartável em arte, do lixo em luxo.

Um comentário:

  1. Muito interessante o vick muniz usar o lixo, que é algo que algumas pessoas acham que são inuteis, para fazer lindas obras de arte. Como a abertura da novela PASSIONE.

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