Por Gisele da Rosa Agliardi
Discute-se e criam-se soluções quase sempre emergenciais para os problemas sociais do nosso país. É rotineiro vermos nos noticiários que estão sendo criadas leis, emendas ou um novo subsídio financeiro para o povo. Porém o mais peculiar é, digamos, o pouco caso que se faz quando se fala em educação. Quase sempre se adia ou se abafa o assunto… Deixa-se para outra hora… Sendo que este seria o assunto mais importante para discussões e reformas, principalmente aqui no Brasil.
As crianças e os adolescentes nas suas fases de desenvolvimento e amadurecimento passam boa parte do seu dia na escola. É lá, mesmo que indiretamente, que criamos nossas bases para muitas coisas, não só conhecimento, mas também valores, ética, relações interpessoais, afetividade, sexualidade… E isso já basta para nos darmos conta de o quão importante são os investimentos nesta área. Não se pode apenas “jogar” os alunos para dentro de um prédio, muitas vezes extremamente precário, ou melhor, se é que se tem um prédio, e deixar que algumas regras de português e matemática e noções da nossa história e geografia sejam as únicas lições. O governo tem que se dar conta que as nossas escolas estão sendo lugares de desilusões e desinteresse. E não só dos alunos, mas também dos professores e demais profissionais que ali trabalham. Muitos dos problemas que temos hoje, como criminalização, drogadição, violência, exploração sexual, etc, são frutos de uma educação de baixíssima qualidade, de uma escola que não cumpriu seu papel de ambiente saudável de convivência e aprendizado e que também não tem espaço pra todos, o que seria um direito do ser humano.
E falando em professores, é triste ver como esta classe é pouco valorizada e muitas vezes mal selecionada. O professor é uma pessoa que deve ter uma sensibilidade incrível para poder lidar com as suas turmas de pessoas diferentes e ainda em formação. Deve se dar conta de tudo o que acontece com tal aluno, por trás do seu nível de aprendizado, e ter amor a sua profissão – o que em alguns casos se torna difícil, pelos baixos salários da rede pública e pela violência hoje sem controle.
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