O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, foi entrevistado por Charlie Rose, da rede americana PBS na noite de segunda-feira, e aproveitou o espaço para alfinetar o Google, dizendo que o concorrente "tentou criar sua pequena versão do Facebook" - em referência ao Google+. A observação foi a resposta à afirmação de Rose de que Google e Facebook estariam "se metendo nos negócios um do outro".
Zuckerberg ainda criticou o Google e outras empresas que oferecem mecanismos de buscas por coletarem dados "pelas costas" do usuário. "Você está navegando na web, e eles têm cookies que registram os dados e eles estão coletando uma quantidade enorme de informações sobre quem você é, mas você nunca sabe disso", disse.
O CEO do Facebook também afirmou que tem conversado com Apple e Amazon "para tentar pensar no que é possível fazer juntos", e destacou que a intenção da rede social não é dominar a web nem criar uma rede dentro da rede, mas viabilizar uma "plataforma para que outras empresas, grandes empresas, pequenas empresas e aquelas que nem existem ainda" possam transformar a experiência do usuário.
Sobre o valor do Facebook, contou que no início muitas companhias quiseram comprar o site, embora hoje ninguém mais os procure. "É porque vocês custam muito caro?", questiona o apresentador Rose, e Zuckerberg afirma que sim, concordando que esta é a intenção. O fundador da rede social ainda se diz lisonjeado pela observação póstuma que Steve Jobs, cofundador da Apple, teria feito sobre sua equipe. "Ele disse, 'eu admiro o Facebook porque vocês não querem se vender', e isso mostra que ele entendeu o que estávamos tentando fazer no mundo". O criador do Facebook afirmou que o ex-CEO da fabricante do iPhone nunca tentou comprar o site.
Outro assunto de destaque da entrevista foi a abertura de ações (IPO, na sigla em inglês) do Facebook, ainda sem data. O CEO entende que a abertura do capital é uma forma de retribuir e reter os talentos da rede social, uma vez que os funcionários receberam ações como prêmios. "Mas nunca dissemos que seria a curto prazo", afirmou.
Acompanhado de Sheryl Sandberg, chefe de operações (COO) do Facebook, Zuckerberg também falou sobre a presença da rede social na China. Os executivos afirmaram que existe, sim, uma intenção de chegar ao país mais populoso do mundo, mas que este plano não tem ainda data. "Se nossa missão é conectar o mundo todo, não podemos fazer isso sem a China", disse o fundador do site.
"Mas por enquanto", continuou, "ainda há muito espaço para crescermos e nos desenvolvermos em outros países, então a China não é a primeira coisa que nos proocupa". O país asiático bloqueia o acesso a muitas redes sociais ocidentais como o Facebook e o Twitter, e tem rígidos padrões de censura para a internet e os produtos e serviços oferecidos aos chineses. Por causa dessas regras, Sheryl considera que a ausência da rede de 800 milhões de usuários na China é uma decisão do governo. "Não estamos disponíveis porque decidiram que não estaríamos", resumiu.
Zuckerberg lembrou que entrar no país asiático levantaria "questões complicadas". "Acredito que em algum momento teríamos que discutir sobre o que é necessário para ir para lá, e nesse ponto deveríamos decidir sobre se queremos ou não fazer essas coisas", afirmou, em referências às restrições impostas pelo governo de Pequim.
Após a entrevista, o Digitimes reportou que o jornal chinês Economic Daily News noticiou a intenção do Facebook de instalar um data center em Taiwan, para suportar a expansão da rede social na Ásia. Enquanto o software de administração dos servidores seria da empresa de Zuckerberg, de acordo com a publicação, o hardware poderia ser comprado da taiwanesa Wistron, que ganhou a concorrência para fornecer os equipamentos para o data center da Carolina do Norte, nos Estados Unidos - os aparelhos serão embarcados em dezembro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário