Paciente se acorrenta como forma de protesto em Betim

Um fato inusitado ocorreu ontem no hospital Público Dr. Orestes Diniz, na Colônia Santa Izabel, no bairro Citrolândia, em Betim. Diante da revolta por falta de atendimento, um paciente resolveu protestar. Ele se acorrentou a pilar da unidade, solicitando que olhassem mais para os pacientes e, principalmente, que alguma providência fosse tomada em relação ao procedimento que necessita realizar: uma cirurgia de ponte de safena.

O motorista José Carlos Teixeira, de 42 anos, está internado há 15 dias a espera da cirurgia. "A situação aqui no hospital é crítica, falam que não tem verba pra fazer a operação de ponte de safena. O quadro de funcionários está pela metade. Eles estão dobrando 24 horas e não dão conta de manter a gente. Então, eles tratam do jeito que dão conta. A prefeita cortou os funcionários, mandou embora e não está trazendo novos. A questão aqui é política", relata.

José Carlos diz que essa foi a única maneira que encontrou de reivindicar seus direitos. "Eu fiz um cateterismo há uma semana e eu tive que fazer um tratamento com remédio contínuo. Aqui não tem esse remédio. Por isso, também, eu me acorrentei aqui, mas eles estouraram os cadeados".

O paciente informou, que, só após seu manifesto, uma posição sobre o caso foi dada. "Agora apareceram diversos diretores falando que vão arrumar minha vaga. Após quase 30 dias que estou aqui, foi preciso uma atitude como esta para enxergarem o que está acontecendo e se manifestarem". A Prefeitura de Betim não quis se manifestar sobre o assunto.


Situação comum
O caso de José Carlos não é o único. Diversos usuários reclamam a precariedade encontrada ao procurarem a unidade, relata a moradora do bairro, Eva Maria. "O atendimento aqui no hospital é precário, horrível. Anteontem, trouxe uma amiga de 79 anos em uma cadeira de rodas, informaram que não havia médico. Ontem procurei atendimento para mim, pois estava passando mau e a situação é a mesma. A saúde que seria pra todos foi esquecida, as pessoas morrem a míngua", contou um morador.